Station Eleven, S01E01-03.

Não sei o que estava procurando ou pensando quando decidi assistir uma série que inicialmente é sobre uma gripe que devasta o mundo. Talvez curiosidade em ver a minha atual realidade retratada em algum lugar (enquanto digito isso, estamos no segundo dia do terceiro Lockdown geral desta pandemia). Curiosidade essa quase mórbida, naquelas de será que os dias (meses, anos) estranhos que venho vivendo seriam massa em uma série? Ou: eu estou passando pelo mais entediante fim do mundo que existe, tomei todas as decisões erradas e não fiz nada digno de ser lembrado, mas como será que esses personagens vão lidar com o fim do mundo deles? Sei que queria ver a Mackenzie Davis. Paixão platônica desde Halt And Catch Fire, um dos meus prazeres prediletos é ver cenas em que Davis faz aquela expressão de confusão e tristeza. O que eu não tava preparado era pra me emocionar de verdade com ela fazendo Hamlet em Station Eleven. Na real eu não tava muito preparado pra Hamlet no geral (o cara envelhece e se enrola bem no Shakespeare, vai vendo). E assim Station Eleven me pegou. Começa pela curiosidade babaca, fisga por Davis encontrando um papel que encaixa bem em suas capacidades – e aniquila com os outros personagens, que desdobram-se na tela através de flashbacks e flashfowards que não cansam ou confundem. Tu podes até saber que o mundo tá acabando, mas tu não tens muita certeza de como ou quando vai rolar, feito os personagens. Há também algo que me agrada demais, que é a vida pós-apocalíptica de pessoas que vão tentar continuar atuando, escrevendo, cantando, tocando e tentando viver de Arte. Mesmo que sempre carreguem uma baita faca consigo a todo momento. Não sei como a temporada vai se desenrolar, mas não importa muito à essa altura. O elenco tá em chamas, vou continuar acompanhando de qualquer forma.