Sasquatch, 30/7 – Baroeg, Rotterdam.

Conheci o Sasquatch bem no começo das minhas incursões no que virou o Stoner Doom das tags cabulosas. Quando ainda era só chamado stoner e ainda dava pra chegar no Kyuss por graus de separação. Isso faz tempo, acho que talvez ali pelo fim da faculdade (o primeiro do Sasquatch é de 2004). Mas o que lembro é de estar fritando em uma brisa de cafeína em um escritório de vidro da Vila Olímpia, fazendo alguma coisa qualquer no keynote, ouvindo o segundo disco deles e pirando na minha dose diária de fuzz, ah tempos ruins e bons. O tempo passou brutalmente e aqui cheguei, num domingo típico do verão holandês (vento e chuva e úmido que nem Belém), indo assistir a um show que começou acho que 18:30. Como é bom ser velho. O trio (que eu nem sabia que era um trio, aliás quem me atendeu na banquinha de merch foi o baixista [não reconheci, claro]) se mostrou confortável, como quem já sabe o que quer depois de tanta estrada. Aquele som de les paul com fuzz no talo, de rickenbacker afinado lá em baixo, de bateria com caixa enorme. Como é bom curtir coisas simples e barulhentas. Os caras tocando visivelmente se divertem, eu me divirto e a gata ao meu lado se diverte – aliás ela que notou que quase ninguém tava com o celular pra cima, coisa rara em shows hoje em dia. Galera quer rajada e nada mais. Vida longa ao stoner fuzzed out doom nosso de cada dia.