Nils Frahm, 07/03 – Het Concertgebouw, Amsterdam.

Por mais de duas horas, Nils arrancou sons e melodias que iam de minimal à puro noise de uma coleção de 12 (ou 13?) teclados, sintetizadores modulares e uma glass harmonica (e um rhodes, e juno 60s etc). Uma experiência que me atravessou de vários jeitos. Ver alguém conjurar música assim foi um privilégio. Andar pelo Concertgebouw, um lugar lindo, construído por pessoas que há muito se foram e agora acessível a gente como eu, também foi impactante. Nils comentou que foi como tocar em uma igreja. Talvez, mas nunca me senti assim em uma. O som batia forte, mesmo em seus momentos mais delicados. Nils demonstrou uma disciplina afiada, mesmo quando não parecia que ia acontecer, fazia a montanha emaranhada de instrumentos conversarem entre si. Percebi que ouço a música dele há muito tempo, minha coleção de discos que lançou é bem grande até. Caminhamos juntos por muito tempo, e naquela noite de quinta em que tudo deu certo pra mim, nos cruzamos pela primeira vez.