Moon Knight, #01-06.

Marc Spector é um cara com sérios problemas. Na real mesmo, ele é pirado. A história conta que ele morreu uma vez e o deus egípicio Khonshu o ressuscitou. Desde então, ele assume de vez em quando a identidade de Moon Knight – ao mesmo tempo que ainda tem mais outras duas personalidades. Moon Knight protege os viajantes noturnos de NY. Se veste todo de branco, ora num terno three-piece, ora numa armadura e capa, sempre auxiliado por um drone no formato de meia lua e uma limousine auto-dirigível.

Com Warren Ellis no roteiro, a Marvel relançou o Moon Knight (mais um personagem que não tinha lido nada antes de pegar essas edições). Foram seis edições com roteiro do Ellis, arte de Declan Shalvey e cores de Jordie Bellaire (a partir da #7, Brian Wood e Greg Smallwood assumem o título). Edições com arte cristalina, roteiro elegante e cores que vão do sóbrio ao explosivo com maestria.

Fica evidente que são três artistas calejados e talentosos pra caralho, aplicando um conjunto de habilidades muito específicas em uma história em quadrinhos. Estas seis edições de Moon Knight são como o primeiro disco do Interpol: auto-consciente, soturno e perfeito. Seja na edição com o sniper, ou na edição em que Moon Knight entra em um sonho psicodélico, os três mantém um auto-controle e foco nervoso.

Cada edição possui um tom e uma direção firme, um ritmo que nunca se excede – mas também não cai na armadilha monótona do pseudo-minimalismo. O efeito que a leitura proporciona é algo que certamente só poderia existir em formato de história em quadrinhos (por mais babaca que seja dizer isso justamente sobre uma hq); Em tempos onde tudo vira filme, disco, livro ou série de TV, é quase inusitado encontrar uma obra que explora sem limites o potencial do meio para qual foi criada.