Louis C.K.: Sorry, 2021.

*coçando a testa com a unha do polegar direito* Então… bom. Dá pra pegar esse especial do Louis e colocar como lado B do último especial do Dave Chapelle, The Closer. Ou melhor, esse seria o Lado A e o Chapelle fica com o Lado B. Os dois comediantes possuem formas distintas de falar sobre os mesmos temas. Chapelle opta por uma abordagem de força bruta, difícil de penetrar e que não deixa muito espaço para sequer rir, é uma palestra, basicamente. Louis mostra uma cadência mais clássica (acho que nesse especial foi a primeira vez que consegui “enxergar” como ele monta a maior parte do material dele, pois ele tá um pouco cansado e deixa aparentar os começos, meios e fins), uma escolha mais leve de palavras e termos, mesmo que ainda seja bruto na hora do punchline. Mas os dois falam sobre as mesmas coisas mesmo. Envelhecer é uma merda. Tu vês o mundo aparentemente acelerar cada vez mais e te deixando com mais dúvidas do que respostas. Mesmo que o teu trabalho seja exatamente discutir essas dúvidas, não fica mais fácil com o tempo. A treta é infinita. Dado uma linha do tempo longa o suficiente, todo mundo vai se provar um baita filho da puta. Incluindo dos dois comediantes, que fazem parte do Top 5 da sua geração. Se não valem por mais nada, esses dois especiais servem como o registro de dois homens bem-sucedidos, envelhecendo em tempo real e encontrando os limites de sua arte e suas formas de viver. Não chega a ser triste, nem muito engraçado. Apenas é.