Ice Cream Man, #01-22.

Começou em 2018 como uma (ótima) história em quadrinhos de horror. Cada edição era uma história só, alguma treta bem bad vibe, figurando de uma forma ou de outra o Ice Cream Man. Pequenos contos de terror em forma de quadrinhos.

Começou a ficar cada vez mais esquisita ali pela #6. Na edição #9, entra um conto meio faroeste psicodélico. Estranho pra cacete, todavia irresistível de se ler. A partir daí, o tom da série fica cada vez mais distorcido, experimental. Ainda completamente assustador.

No número #13 os caras fazem uma história “palíndroma”, uma HQ que dá pra ler de frente pra trás se quiser. Um TENET, por assim dizer. É uma leitura muito da sua doida.

Na #18, vem uma dos maiores baques se uma história em quadrinhos pode te dar. Uma leitura triste e amedrontadora. Uma narração de perda de memória que dói bastante ler. Na #19, a edição inteira é diagramada como um manual de instruções (o “index” no final é matador). A #20 deforma histórias infantis.

A cada nova edição, não dá pra saber o que Ice Cream Man vai trazer. Pode ser um conto meio Black Mirror/Lynchano, ou, pode ser algo que vai te deixar bem zoado, de verdade. Em 2020 foi uma das leituras-doidera que mais apreciei ter em tempos de lockdown. Seja pela pura nerdice técnica e estética, ou seja porque não faço ideia do que vai acontecer assim que abro uma edição nova.