Heat, 1995 / Kino.
O Kino é um cinema de rua em Rotterdam que no momento está com uma mostra interna chamada Art Of The Heist, com quinze filmes clássicos de assalto (roubo?) ocupando a sua programação. Heat foi exibido em 35mm, num print de qualidade absurda de vídeo e áudio, para uma sala de cinema lotada em uma noite de segunda-feira de garoa. Tem vezes que essa cidade é nerd pra cacete. Meu tipo de cidade. Um filme como Heat derrete a tela, a crocância dos contrastes, o som manipulado com maestria, o preto da tela derramando sobre a escuridão da sala. Os diálogos ecoando com clareza e sutileza pelos falantes. Aí começa o tiroteio. Nada mais importa. É ser moleque assistindo Tela Quente escondido dos pais novamente, mas dessa vez sem tentar abafar o som da TV. Quero mais, quero mais alto. E Heat entrega. As horas passam voando. Seja Pacino ou DeNiro, tem um pouco de tudo nesse filme. Impossível não lembrar que primeiro assisti Heat em algum VHS, depois DVD, Bluray e etc – mas nada chegou perto da urgência que os 35mm dão ao filme. Que caminho longo para chegar aqui. Que vida excelente. Mannzão ali na tela comandando tudo.