Godspeed You! Black Emperor, 09/04 – Paradiso, Amsterdam. Domingo de Páscoa calmo no centro de Amsterdam. Deu pra sentar na beira de um canal e comer um broodje. Ver uns barcos passarem, aproveitar o sol e o tempo seco. Marisa Anderson, que abriu pro GY!BE, tocando solitária no palco do Paradiso uma guitarra que pesava uma tonelada e soava como uma montanha, disse, entre uma música e outra, como é bom estar nessa cidade em um dia tão bonito como esse. Vinda de uma outra cidade onde chove incessantemente, Portland, Marisa sabe reconhecer a importâncias de dias bonitos. Se bem que quando o GY!BE começou a tocar nem importou mais como o tempo tava lá fora. A máquina colossal que é essa banda. Maneja a calmaria e a destruição de forma magistral, mostrando com força que são os mestres supremos do crescendo do post-rock. Que são um outro tipo de banda naqueles minutos onde todos entram na mesma ascensão inescapável das suas músicas. Uma banda que soa com um animal ferido em seus momentos mais estridentes. O metal pesado do GY!BE é de uma potência que tu ficas várias vezes tentando entender quem tá fazendo esse som, ao olhar pro palco. Pensando aqui que devo ter ouvido essa banda quando tinha uns 15 ou 16 anos pela primeira vez. Que as coisas continuaram em um crescendo e vinte anos se passaram. Notei que em um aspecto o GY!BE e eu envelhecemos da mesma forma até: flertamos com uma espécie de resignação benevolente, que dá a entender que há como encontrar formas de se continuar, até mesmo porque, bem, hajamos de. shows