Explosions In The Sky, 07/07 – Paradiso, Amsterdam.
Quando os sons iniciais de First Breath After Coma começaram a ecoar pelo Paradiso, entrei em um túnel mental, lembrando que um dia fui um moleque descobrindo os discos dessa banda – que sempre esteve presente na minha vida, ao que parece. Dos meus primeiros corações partidos, dores da adolescência, confusão da vida adulta de um cara latinoamericano. De tudo que EITS me ajudou, sendo trilha sonora (literalmente ou não). Lembrei da única parceira que tive que também ouvia a banda, da sua fender vermelha, dela sentada em um colchão em um apartamento no Ipiranga (talvez ela gostasse de saber que a banda inteira só toca fender também). O ressoar emocional dessa banda mudou, porque eu também mudei. As tretas de um jovem já passaram há muito. A conexão é diferente agora. Mas: chorando, realizei o sonho desse moleque de ver essa banda ao vivo, de estar presente, de estar no lugar certo para poder ouvir as melodias que tanto ecoaram nos meus falantes, fones de ouvido e em minha cabeça por décadas. No palco, caras velhos também, tocando com a maestria de quem está na estrada há 25 anos. Nada fora do lugar, nada estranho, só uma banda sendo o que é. Coisas que nunca achei que iria experimentar – e que sinto uma gratidão singular por ter conseguido. Quando The Only Moment We Were Alone começa a encerrar o show, sorriso toma conta da tristeza. Que longa vida, por mais breve que pareça. Que viagem.