Dekmantel Ten: Alabaster DePlume + Oklou, 01/08 – Amsterdam.

Tu chegas pela Centraal, aluga uma OV fiets na garagem de trás da estação, pedala por uns cinco minutos ali por trás mesmo, seguindo o rio, até o Muziekgebouw aan ‘t IJ e tomas uma cerveja na pressão, pois descobres que não dá pra entrar na sala com bebidas. O dia é bonito, o pôr do sol é um dos mais bonitos da cidade e tu estás de bermuda – não é tarefa difícil, entornar uma mais rápido. A sala é ampla e confortável, o som limpo. Impressionante em sua pureza e potência. As paredes são cobertas em algum tipo de painel de luz e a sala toda acende e pulsa. Alabaster DePlume entende, controla tudo e te deixa confortável. É um dia bom. Mesmo que ele diga que chegou alguns minutos antes do soundcheck, dessa vez. Quando ele termina de tocar, agradece o espaço de tempo compartilhado. Tu também.

Pegas a bike, descendo até a estação de novo. Ainda tem sol, aquele baixo, crepuscular. Os últimos vinte minutos púrpuras de um dia de verão. Tu chegas na ferry, entra empurrando a bike e atravessa, indo em direção ao Parallel, um club que parece ser copiado de algum club de São Paulo. Cheio de plantas, com ainda algum aspecto de casa. Som pedrada, feito para altos bpm. Oklou, após um false start, confessa que é a segunda vez em três anos que toca ao vivo. E da outra vez deu false start também. Tudo bem, porque quando começa, é tudo que tu esperavas. De hoodie, shorts estilo de ficar em casa e botas pretas, ela te dá a impressão que estás no quarto dela, ouvindo alguém tocar os sons que gosta e cantar e dar uma dançadinha quando quiser. Excelente. Ainda indeciso, incompleto, como show. Mas muito bom justamente por causa disso. Depois, tu pensas em ir ver um Huerco S. e talvez Nosaj Thing, mas os trens tão todos zoados e chegar em casa vai te custar mais umas duas horas que o normal. Melhor mandar um wrap sentado na beira do rio, entrar na estação sem pressa e voltar pra casa, ainda sentindo o vento vindo do rio bater nas pernas.