ATHENA, 2022.
Toda a raiva que existe em ti – toda raiva que couber: urgente, inclemente, pulsante como uma ferida aberta, triturando concreto, expelindo fumaça, envolta em gritaria e ordens e risadas e momentos microscópicos de euforia e tensão. O filme que não te larga em nenhum momento, porque é função dele te fazer de testemunha: essa é a fúria, dor, amor e tristeza de uma parcela imensa da sociedade em que tu vives. Realizando uma revolução na base do molotov e do dedo médio em riste, da dor que permeia todos os teus dias. Se vários filmes decidem abraçar uma ideia e te dar uma versão complexa e rebuscada dela, ATHENA nem finge querer ser nada além do que é: um grito longo e assustador que merece ser vivido. O tempo distorce, os atores se camuflam em massas e respirar vira algo que tu fazes junto com eles. Visualmente feroz, esse filme é tudo que tu precisas de vez em quando. Difícil ficar melhor que isso. Um filme que te dá tudo que uma obra de arte pode te dar. O resto é contigo.