The Power of the Dog, 2021.

A desolação que a vasta paisagem causa nesse filme é encantadora (me fez pensar bastante naquelas baitas cenas de Top Of The Lake). Jane Campion comanda narrativa e personagens de forma magistral (talvez valha notar que é um dos poucos momentos de sua obra onde personagens masculinos estão em destaque), montando um crescendo sutil que alcança forte tensão em seu terceiro ato. Os atores encontram formas distintas de dar profundidade ao seus personagens e, por mais que Cumberbatch e Dunst estejam em plena forma, é de Kodi Smit-McPhee os melhores momentos do filme. Esse lance de homens comumente transferirem seus sofrimentos a terceiros chega a dar um nó na garganta, por mais tradicional que seja esse tipo de comportamento. A trilha de Jonny Greenwood é excelente como sempre, envelopando as cenas sem nunca te deixar muito à vontade. Por um bom tempo vou ficar pensando naquela cena do “picnic”, por sua beleza e verdade absoluta.