The Beatles: Get Back, S01E02.

No primeiro episódio há um desconforto bruto, que culmina na dissolução da banda. Mesmo que ainda consigam se divertir tocando, claramente há várias coisas erradas entre e ao redor dos quatro. Música não parecer ser mais o suficiente. A tristeza é evidente. Paul parece contemplar por alguns minutos que sua banda acabou, visivelmente atordoado. Aí o projeto se muda para o Apple Studios. Os quatro imediatamente se sentem melhor, tendo conversado sobre sua situação com George. Aparentemente eles se acertam (não há cenas que indicam isso). Aí tu vês que esses eternos cute boys gostam mesmo é de um estúdio. É obviamente a casa deles. No segundo dia, o equipamento de gravação ainda não está montado. Eles começam a perguntar, está pronto, está pronto. Querem gravar. Tocar é massa. O lance é gravar. Ficam progressivamente inquietos. Finalmente as fitas de rolo começam a rodar. Os quatro começam a fazer o que querem fazer todo esse tempo. Tocar e gravar. A primeira vez que vão para a cabine do estúdio pra se ouvir é reveladora: eles são apaixonados, apesar de todas as tretas, pela própria banda. A evolução das canções-rascunho é imediata e forte. Billy Preston chega e começa a tocar com maestria um piano elétrico. A banda sorri pra caralho. Os takes que acabariam no disco começam a brotar. Uma doideira. Em algum momento, acho que é John que diz algo como “vamos fazer isso direito porque é a última vez que vamos fazer”. Aí tu te tocas que eles estão conscientes da sua própria finitude. Aproveita, porque está acabando. Ri todas as vezes que John disse “and your host for this evening, The Rolling Stones”. Piada besta, mas do meu tipo. John ciente de que está perto do seu “peak” do dia, cantando com dor e beleza. Mais takes finais. Fica marcado o olhar gelado de Ringo, assim como as tentativas frustradas de conexão com John que Paul busca. O desconforto geral com as câmeras ali. George pede uma gravata borboleta, talvez para se lembrar que por mais que pareça apenas um dia no estúdio, aquilo tudo ainda é uma performance. A banda é um dead man walking.