The Bear, S02.

A ressonância emocional de The Bear na minha imensa cabeça é tremenda, me sinto como um moleque ouvindo no repeat Ride The Lightning, tentando memorizar cada detalhe e encontrando pedaços de mim que nem sabia que existiam. Talvez seja isso: de vez em quando tu encontras alguma obra de arte que te mostra que tu também és assim, que o jeito que tu vês o mundo não é solitário, por mais forte que seja essa sensação. Essas coisas importam, ou prefiro escolher que importam: o que ressoa contigo. E comigo é uma série sobre aspirar, ser, e fazer. Ênfase no fazer, que é algo que sinto que experimento na minha vida só nos últimos anos. Matei os episódios dessa temporada em dois dias, chorando, rindo, gargalhando. Me emocionei com o elenco, com o roteiro que, junto com a escrita do Jesse Armstrong pra Succession, é de um impacto emocional fodido. Como é bom ser nerd de roteiro. Que época para se viver. The Bear finca o pé num mundo crowdeado de shows e séries, tal qual banda que lança um segundo disco ainda mais poderoso que o primeiro. A mim, só resta agradecer, cantar as músicas da trilha sonora junto e ver os personagens repetindo coisas que falei ou pensei e me espantar que o abismo entre a minha vida e a vida deles é na verdade apenas uma brecha (bróder, aquela conversa sobre service me arrepiou, parece que foi extraída de algo que já conversei na barbearia). Que a gente consiga passar um tempo vivendo dessa forma.